tempestades e enchentes que afligem o Rio Grande do Sul<\/a>.\u00a0No total, foram entrevistadas 1.931 pessoas com 16 anos ou mais. A composi\u00e7\u00e3o da amostra tem representa\u00e7\u00e3o de estratos por g\u00eanero, idade, escolaridade, renda e local de moradia em todas as regi\u00f5es do pa\u00eds.<\/p>\nEssa \u00e9 sexta edi\u00e7\u00e3o da pesquisa de opini\u00e3o sobre percep\u00e7\u00e3o p\u00fablica de C&T entre os brasileiros. As edi\u00e7\u00f5es anteriores ocorreram em 1987, 2006, 2010, 2015 e 2019. Entre os levantamentos, os pesquisadores afirmam que n\u00e3o foram observadas mudan\u00e7as significativas de interesse pelas tem\u00e1ticas abordadas.<\/p>\n
Interesse pela ci\u00eancia<\/h2>\n Na edi\u00e7\u00e3o de 2023, o interesse por ci\u00eancia e tecnologia ficou no mesmo patamar das pesquisas anteriores (60,3% dos entrevistados). O percentual alcan\u00e7ado pela tem\u00e1tica indica interesse menor do que em temas associados como medicina e sa\u00fade (77,9%), e\u00a0meio ambiente (76,2%); e em temas diferentes, como religi\u00e3o (70,5%) e\u00a0economia (67,7%).<\/p>\n
Ci\u00eancia e tecnologia ficam \u00e0\u00a0frente do interesse por esporte (54,3%); arte e cultura (53,8%); e pol\u00edtica (32,6%). Mesmo que minorit\u00e1rio, o interesse por pol\u00edtica foi o \u00fanico sobre o qual se notou crescimento significativo nas duas \u00faltimas edi\u00e7\u00f5es da pesquisa: mais de nove pontos percentuais. Em 2019, apenas 23,2% dos entrevistados se declararam interessados por esse assunto.<\/p>\n
Apesar do interesse declarado sobre C&T, apenas 17,9% disseram conhecer alguma institui\u00e7\u00e3o de pesquisa cient\u00edfica e 9,6% lembraram o nome de algum(a) cientista brasileiro importante. Tamb\u00e9m \u00e9 minorit\u00e1ria a propor\u00e7\u00e3o de brasileiros que visitam espa\u00e7os ou participam de atividades relacionadas ao conhecimento cient\u00edfico e\/ou educa\u00e7\u00e3o. \u201cDeclarar interesse significa a import\u00e2ncia que os brasileiros atribuem para o tema (n\u00e3o significa necessariamente ler, participar ou se informar, mesmo que a correla\u00e7\u00e3o exista)\u201d, explica o relat\u00f3rio da pesquisa.<\/p>\n
Tendo como refer\u00eancia os 12 meses que antecederam o levantamento, menos de 20% dos entrevistados (19,4%) disseram ter ido a uma biblioteca; 18,9% participaram de feira ou olimp\u00edada da ci\u00eancia; 13,4% visitaram museu de arte; 11,5% estiveram em museu de C&T; e 6,6% acompanharam a Semana Nacional de Ci\u00eancia e Tecnologia \u2013 que na edi\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 pesquisa foi realizada\u00a0em Bras\u00edlia, com o tema: Bicenten\u00e1rio da Independ\u00eancia: 200 Anos de Ci\u00eancia, Tecnologia e Inova\u00e7\u00e3o no Brasil.\u00a0At\u00e9 mesmo visita a zool\u00f3gico foi minorit\u00e1ria entre os entrevistados (32,7%).<\/p>\n
Cidadania cient\u00edfica<\/h2>\n Conforme o relat\u00f3rio da pesquisa, o levantamento indica desigualdade no acesso ao conhecimento. \u201cO interesse em C&T tende a se modificar em fun\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o de moradia, da idade, da renda e do tipo de participa\u00e7\u00e3o pol\u00edtica dos entrevistados. Isto \u00e9, seu valor \u00e9 maior nas regi\u00f5es Norte e Sul; cai fortemente com a maior idade; ao crescer a renda, o interesse tende a crescer; e seu valor aumenta de acordo com aqueles que dizem participar de greves, manifesta\u00e7\u00f5es, abaixo-assinados ou outras formas de manifesta\u00e7\u00e3o pol\u00edtica.\u201d<\/p>\n
Para Yurij Castelfranchi, professor associado do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os dados da pesquisa indicam que h\u00e1 no Brasil \u201cpessoas exclu\u00eddas da ci\u00eancia\u201d ou \u201cexilados da cidadania cient\u00edfica.\u201d<\/p>\n
Apesar da aparta\u00e7\u00e3o social, o acad\u00eamico assinala que a maior parte dos entrevistados \u201cacha a ci\u00eancia relevante.\u201d A larga maioria dos brasileiros entrevistados sugere aumentar ou manter investimentos em ci\u00eancia \u201cmesmo em anos de crise\u201d. Em 2023, \u201capenas 2,6% dos entrevistados acreditam que o investimento em pesquisa cient\u00edfica deva ser diminu\u00eddo\u201d, contabiliza o relat\u00f3rio da pesquisa.<\/p>\n
Desinforma\u00e7\u00e3o<\/h2>\n A exclus\u00e3o social tamb\u00e9m n\u00e3o afetou a percep\u00e7\u00e3o dos perigos da desinforma\u00e7\u00e3o e da propaga\u00e7\u00e3o de falsas not\u00edcias. Cinco de cada dez entrevistados disseram \u201cse deparar frequentemente com not\u00edcias que parecem falsas\u201d, descreve o relat\u00f3rio. A maior parte dos entrevistados (61,8%) assegura nunca compartilhar informa\u00e7\u00f5es caso n\u00e3o tenha certeza da veracidade. No entanto, 36,5% admitem j\u00e1 ter compartilhado informa\u00e7\u00f5es falsas.<\/p>\n
Ainda de acordo com o relat\u00f3rio, 45,6% dos entrevistados\u00a0\u201csuspeitam da veracidade das informa\u00e7\u00f5es provenientes de pessoas ou institui\u00e7\u00f5es das quais discordam\u201d. Para 42,2%, as informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o\u00a0verdadeiras \u201cquando s\u00e3o provenientes de pessoas ou institui\u00e7\u00f5es que admiram.\u201d<\/p>\n
Pelo menos 40% das pessoas entrevistadas afirmaram que \u201cs\u00f3 acreditam em uma informa\u00e7\u00e3o se ela for corroborada por outras fontes.\u201d Na avalia\u00e7\u00e3o de Yurij Castelfranchi, a atitude declarada de checagem \u00e9 positiva: \u201cIsso \u00e9 um princ\u00edpio b\u00e1sico do letramento midi\u00e1tico.\u201d<\/p>\n
Al\u00e9m de colher as opini\u00f5es dos brasileiros, a pesquisa do CGEE ainda fez an\u00e1lise de conte\u00fado das reportagens sobre ci\u00eancia em dois dos mais importantes jornais brasileiros (Folha de S.Paulo <\/em>e O Globo<\/em>) e tamb\u00e9m avaliou postagens sobre a tem\u00e1tica\u00a0nas redes sociais (Instagram e YouTube).<\/p>\nOs resultados dessa an\u00e1lise, descritos no relat\u00f3rio A Ci\u00eancia em Diferentes Arenas, est\u00e3o dispon\u00edveis na p\u00e1gina da pesquisa na internet<\/a>.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"A grande maioria da popula\u00e7\u00e3o brasileira (95,4%) afirma ter consci\u00eancia de que as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas est\u00e3o acontecendo, enquanto apenas 3,5% dizem n\u00e3o ter consci\u00eancia. Um por cento n\u00e3o sabe opinar ou n\u00e3o quis responder a respeito na pesquisa de opini\u00e3o sobre percep\u00e7\u00e3o p\u00fablica da ci\u00eancia e tecnologia (C&T), divulgada nesta quarta-feira (15) em Bras\u00edlia pelo […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":1845,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[771,280,279,5],"tags":[],"class_list":["post-1844","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-ciencia-e-tecnologia","category-meio-ambiente","category-mudancas-climaticas","category-politica"],"yoast_head":"\n
Mais de 95% da popula\u00e7\u00e3o diz ter consci\u00eancia das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas - Agente X Ag\u00eancia de Not\u00edcias<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n