{"id":1751,"date":"2024-05-08T10:18:04","date_gmt":"2024-05-08T10:18:04","guid":{"rendered":"https:\/\/agentex.com.br\/2024\/05\/08\/oito-em-cada-dez-professores-ja-pensaram-em-desistir-da-carreira\/"},"modified":"2024-05-08T10:18:04","modified_gmt":"2024-05-08T10:18:04","slug":"oito-em-cada-dez-professores-ja-pensaram-em-desistir-da-carreira","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agentex.com.br\/2024\/05\/08\/oito-em-cada-dez-professores-ja-pensaram-em-desistir-da-carreira\/","title":{"rendered":"Oito em cada dez professores j\u00e1 pensaram em desistir da carreira"},"content":{"rendered":"<\/p>\n
Oito em cada dez professores da educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica j\u00e1 pensaram em desistir da carreira. Entre os motivos est\u00e3o o baixo retorno financeiro, a falta de reconhecimento profissional, a carga hor\u00e1ria excessiva e a falta de interesse dos alunos. Os dados s\u00e3o da pesquisa in\u00e9dita Perfil e Desafios dos Professores da Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica no Brasil, divulgada nesta quarta-feira (8), pelo Instituto Semesp.<\/p>\n A pesquisa foi realizada entre 18 e\u00a031 de mar\u00e7o de 2024, com 444 docentes das redes p\u00fablica e privada, do ensino infantil ao m\u00e9dio, de todas as regi\u00f5es do pa\u00eds. Os dados mostram que 79,4% dos professores entrevistados j\u00e1 pensaram em desistir da carreira de docente. Em rela\u00e7\u00e3o ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados.<\/p>\n<\/p>\n Entre os principais desafios citados pelos professores est\u00e3o: falta de valoriza\u00e7\u00e3o e est\u00edmulo da carreira (74,8%), falta de disciplina e interesse dos alunos (62,8%),\u00a0falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61,3%)\u00a0e falta de envolvimento e participa\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias dos alunos (59%).<\/p>\n Segundo os dados da pesquisa, mais da metade dos respondentes (52,3%) diz j\u00e1 ter passado por algum tipo de viol\u00eancia enquanto desempenhava sua atividade como professor. As viol\u00eancias mais relatadas s\u00e3o agress\u00e3o verbal (46,2%), intimida\u00e7\u00e3o (23,1%)\u00a0e ass\u00e9dio moral (17,1%). S\u00e3o citados tamb\u00e9m racismo e inj\u00faria racial, viol\u00eancia de g\u00eanero e at\u00e9 mesmo amea\u00e7as de agress\u00e3o e de morte. A viol\u00eancia \u00e9 praticada principalmente por alunos (44,3%),\u00a0alunos e respons\u00e1veis (23%) e funcion\u00e1rios da escola (16,1%).<\/p>\n Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria (53,6%) dos professores da educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica est\u00e1 satisfeita ou muito satisfeita com a carreira. Os professores apontam como motivos para continuar nas salas de aula, principalmente, o interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), a satisfa\u00e7\u00e3o de ver o progresso dos alunos (35,4%) e a pr\u00f3pria voca\u00e7\u00e3o (30,9%).<\/p>\n \u201cApesar de todos os problemas \u00e9 o que eu gosto de fazer e tenho maior capacidade\u201d, diz um dos professores entrevistados, cujo nome n\u00e3o foi revelado. \u201cA paix\u00e3o pelo processo de ensinar e aprender, contribuindo para a evolu\u00e7\u00e3o das pessoas\u201d, aponta outro, que tamb\u00e9m n\u00e3o foi identificado.<\/p>\n Para L\u00facia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, esses dados s\u00e3o importantes porque mostram o que motiva os professores. \u201cEle fala da sua voca\u00e7\u00e3o. Fala do interesse em ensinar, da satisfa\u00e7\u00e3o de ver o progresso do aluno. S\u00e3o fatores que est\u00e3o interligados. Tanto a voca\u00e7\u00e3o como o interesse em compartilhar o conhecimento e a satisfa\u00e7\u00e3o de ver o progresso do aluno. Esse \u00e9 um dado muito importante em termos do perfil daquele que escolhe ser professor\u201d, destaca<\/p>\n A pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica no Brasil faz parte da\u00a014\u00aa edi\u00e7\u00e3o do Mapa do Ensino Superior no Brasil, que re\u00fane dados oficiais e coletados pelo Instituto Semesp para tra\u00e7ar o cen\u00e1rio atual do setor educacional no pa\u00eds. Esta edi\u00e7\u00e3o tem como foco principal Cursos de Licenciaturas: Cen\u00e1rios e Perspectivas.<\/p>\n De acordo com a publica\u00e7\u00e3o, o Brasil tem 9,44 milh\u00f5es de estudantes matriculados no ensino superior. A maioria deles\u00a0est\u00e1 em institui\u00e7\u00f5es privadas (78%). Por lei, pelo Plano Nacional de Educa\u00e7\u00e3o (PNE), at\u00e9 2024, o pa\u00eds deveria ter 33% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. At\u00e9 2022, essa taxa era 18,9%.<\/p>\n Atualmente, 17% dos alunos do ensino superior cursam alguma licenciatura, o que equivale 1,67 milh\u00f5es de universit\u00e1rios. Pedagogia aparece como 17\u00b0 curso com mais estudantes nos cursos presenciais diurnos e como o primeiro curso com mais estudantes em ensino a dist\u00e2ncia (EAD).<\/p>\n Apesar do grande n\u00famero de estudantes, os dados mostram que as desist\u00eancias nesses cursos s\u00e3o altas. Cerca de 60% dos estudantes de licenciaturas na rede privada e 40% dos estudantes da rede p\u00fablica desistem da forma\u00e7\u00e3o. Entre os mais jovens, apenas 6,6% dos entrevistados pelo Instituto Semesp t\u00eam interesse em cursar cursos da \u00e1rea de educa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n \u201cN\u00f3s pensamos que \u00e9 necess\u00e1rio repensar tamb\u00e9m o modelo de oferta dos cursos de licenciatura, com essa campanha que estamos fazendo para atrair os jovens para os cursos de licenciatura. Os curr\u00edculos t\u00eam que ter mais pr\u00e1tica e mais capacita\u00e7\u00e3o para esse uso de tecnologia, a necessidade de financiamento das mensalidades, porque a maioria dos que v\u00e3o para o curso de licenciatura \u00e9 de uma classe social mais baixa e, por isso, a necessidade de uma bolsa perman\u00eancia para o aluno n\u00e3o evadir e n\u00e3o precisar\u00a0trabalhar\u201d, defende L\u00facia Teixeira.<\/p>\n
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\n\t\t\t\t<\/a><\/p>\nNot\u00edcias relacionadas:<\/h3>\n
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Licenciaturas<\/h2>\n
Forma\u00e7\u00e3o a dist\u00e2ncia<\/h2>\n