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Economia

Câmara aprova reforma tributária em segundo turno

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Por 365 votos a favor, 116 contra e uma abstenção, a Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, o texto-base da reforma tributária sobre o consumo. Os parlamentares votaram dois destaques antes de concluir a sessão. O primeiro manteve o texto original, mas o segundo retirou as armas e munições do imposto seletivo, por 293 votos a favor e 193 contrários.

Como a reforma tributária não sofreu alterações de mérito em relação ao texto aprovado pelo Senado, o Congresso promulgará a emenda constitucional da reforma tributária na próxima semana, anunciou mais cedo o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do Governo na Câmara. Com o fim da votação, o Congresso conclui mais de 30 anos de discussões, após sucessivas propostas que não prosperaram nas últimas décadas.

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“Neste momento histórico em que muitos de nós perguntamos se está acontecendo, o parlamento brasileiro entregou um novo sistema tributário. Esse sistema que nós temos está falido há muito tempo. A carga [tributária] é altíssima no país, mas estamos reduzindo porque aumentamos a base de arrecadação. Hoje, quem paga são os que menos têm e mais precisam”, declarou o relator da reforma e líder da maioria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Por volta das 17h30, a Câmara tinha aprovado o texto-base da reforma tributária em primeiro turno. Após cerca de três horas de debate, os deputados aprovaram três destaques e rejeitaram sete. Os destaques aprovados mantiveram incentivos ao setor automotivo e a fabricantes de baterias do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e reinstituíram a autorização para que o salário de auditores-fiscais estaduais e municipais sejam igualados aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os destaques rejeitados impediram alterações em relação ao texto do relator. Os parlamentares não reincluíram os regimes específicos para os setores de saneamento e concessão de rodovias. Mais cedo, os deputados mantiveram, por 326 votos a 161, o imposto seletivo sobre os armamentos e as munições, exceto se comprados pela Administração Pública, mas a questão acabou revertida posteriormente. O imposto seletivo incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Relator

O relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), retirou vários pontos incluídos pelo Senado no início de novembro. Caíram a cesta básica estendida, que teria alíquota reduzida em 60%, e regimes especiais para o saneamento e o transporte aéreo. Em contrapartida, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), manteve o benefício a profissionais liberais, que pagarão alíquota 30% menor.

A retirada de exceções tem como objetivo reduzir a alíquota padrão do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). Quando a reforma foi aprovada pela primeira vez na Câmara, em julho, o Ministério da Fazenda estimava que o IVA cobrado sobre a maioria dos produtos ficaria entre 24,45% e 27%.

Com as exceções incluídas pelo Senado, a alíquota subiria para 27,5%. Isso faria o Brasil ter a maior alíquota entre os países que adotam o imposto tipo IVA. Atualmente, o país com o IVA mais alto é a Hungria, com 27% de imposto.

Sessão híbrida

A segunda votação da reforma tributária na Câmara começou pouco antes das 15h e está sendo realizada em caráter híbrido, com alguns parlamentares no plenário e outros votando pela internet. A oposição tentou obstruir a votação ao longo do dia, mas o presidente da Casa, Arthur Lira, manteve a votação dos dois turnos da PEC nesta sexta-feira.

Como a Câmara apenas retirou e reinstituiu pontos da PEC aprovada pelos senadores, sem mudar o mérito, a proposta não precisa voltar ao Senado.

* Matéria atualizada às 22h38 para inclusão de informação sobre a votação dos destaques.

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Economia

Bill Ackman: Incertezas Geopolíticas Representam Riscos Significativos para os Mercados

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Em uma entrevista recente na Conferência CEO, organizada pelo BTG Pactual, Bill Ackman, fundador e CEO da Pershing Square, expressou graves preocupações sobre o atual cenário geopolítico, destacando-o como um dos principais riscos enfrentados pelos mercados globais. Gerindo quase US$ 20 bilhões em ativos, Ackman pintou um quadro sombrio das tensões geopolíticas mundiais, admitindo que elas o mantêm acordado à noite.

“Não se trata apenas do Hamas versus Israel; estamos enfrentando desafios com rotas de navegação e aumento dos custos de frete. Estamos à beira de um conflito com o Irã, um país não muito distante de ter material nuclear suficiente para construir uma bomba, e isso é preocupante”, afirmou Ackman durante a entrevista com André Esteves, do BTG Pactual. “Este não é o mundo que eu imaginava para meus filhos.”

Voltando sua atenção para a economia americana, Ackman ecoou os sentimentos de outros gestores de fundos, prevendo que os Estados Unidos provavelmente começarão a reduzir as taxas de juros entre março e maio deste ano. “A economia está enfraquecendo e as taxas de juros precisam cair. Se eu fosse o presidente do Fed, começaria a cortar as taxas muito em breve. Talvez [Powell] pudesse ter aumentado as taxas mais rapidamente, mas se os cortes forem adiados, poderemos enfrentar uma recessão”, ele afirmou.

Ackman apontou sinais precoces de pressão econômica, citando recentes demissões que variam de 3% a 5% da força de trabalho em grandes corporações de tecnologia, com o Spotify sendo o exemplo mais recente. Ele sugeriu que os dados de emprego de janeiro, mais fortes do que o esperado, ainda podem estar distorcidos por fatores sazonais.

Identificando a manutenção de taxas de juros elevadas como um risco significativo, Ackman enfatizou as possíveis repercussões no mercado de hipotecas, especialmente para hipotecas originadas antes da pandemia, quando os riscos estavam mais controlados. A revisão desses ativos já está causando estresse para bancos em todo o mundo, desde bancos regionais nos EUA até o Deutsche Bank e instituições japonesas, e pode se refletir no mercado corporativo, aumentando o endividamento das empresas.

Expressando mais preocupação sobre o nível crescente de dívida dos Estados Unidos, atualmente em US$ 34 trilhões, equivalente a 120% do PIB do país, Ackman alertou que esse número provavelmente piorará ao longo do ano, especialmente com as próximas eleições presidenciais. Resolver esse problema, ele alertou, está longe de ser simples.

Questionando o sistema bipartidário dos EUA, Ackman criticou ambos os partidos por aparentemente ignorarem o crescente ônus da dívida, acusando-os de priorizarem a sobrevivência política sobre a responsabilidade fiscal. Ele observou uma relutância entre os empresários em ingressar na vida pública e o ceticismo sobre sua capacidade de navegar eficazmente no cenário político.

Embora Ackman tenha apoiado publicamente uma potencial candidatura presidencial de Jamie Dimon, presidente do JPMorgan, ele expressou dúvidas sobre a viabilidade de Dean Phillips, um empresário e candidato democrata, ter sucesso dentro do sistema atual. Ackman previu uma alta probabilidade de reeleição de Donald Trump se Joe Biden desistir da corrida por volta de maio e nomear Michelle Obama ou outro candidato, citando a falta de tempo para outro candidato conhecido ganhar credibilidade.

Olhando para a eleição de outubro, Ackman destacou suas implicações para a rivalidade geopolítica em curso entre Estados Unidos e China, que se intensificou desde a pandemia. Independentemente do resultado da eleição, Ackman mantém uma visão pessimista sobre a China, prevendo crescimento zero ou negativo como parte de um declínio econômico gradual. Ele destacou o ambiente desafiador para empresários na China, com muitos optando por se mudar, especialmente para Singapura, após o recente desaparecimento de Jack Ma.

Ackman enfatizou as crescentes tensões no Oriente Médio, especialmente em relação aos conflitos entre Israel e Palestina, sobre os quais ele tem falado consistentemente, especialmente em relação aos pronunciamentos universitários sobre o assunto.

Além de sua análise macroeconômica, Ackman ofereceu insights sobre gestão de investimentos, enfatizando uma abordagem cautelosa focada em oportunidades de retorno concretas. Ele enfatizou uma combinação de posições vendidas em eventos “cisne negro” e investimentos em negócios resilientes capazes de enfrentar condições adversas. Os quase US$ 20 bilhões em ativos da Pershing Square são gerenciados por apenas oito profissionais de investimento em uma equipe de 40, uma estratégia que Ackman atribui a uma política clara de não contratar indivíduos sem a expertise necessária.

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Economia

Haddad pede ao Congresso consciência para responsabilidade fiscal

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu nesta segunda-feira (5) que o Congresso Nacional tenha consciência da Lei de Responsabilidade Fiscal ao discutir qual será a apreciação da medida provisória da reoneração da folha de pagamento de empresas tidas como grandes empregadoras. 

As declarações foram na saída de um evento com economistas, na sede do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), no Rio de Janeiro.

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A MP editada pelo governo prevê reoneração gradual de impostos em 17 setores da economia. No fim do ano passado, o Congresso tinha aprovado a prorrogação da isenção de impostos para essas empresas por mais 4 anos, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a medida. Em seguida, Congresso derrubou o veto presidencial.

O tema é uma das prioridades do Congresso, que retoma as atividades nesta segunda-feira, após o recesso legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem defendido uma solução negociada para a MP da reoneração da folha.

Déficit zero

Para o governo, a volta da oneração é um dos caminhos para aumentar a arrecadação e perseguir a redução do déficit público. “Nós vamos sentar com os líderes e abrir os números. O importante, neste momento, é que o Congresso tome consciência dos números do orçamento aprovado ano passado”, disse Haddad.

O ministro explicou que a decisão dos parlamentares precisa estar de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Precisamos que qualquer gesto do Congresso na direção de um setor da economia seja compensado por medidas que equilibrem o orçamento”, afirmou.

“Nós temos que ter essa clareza de que tem uma lei complementar à qual as leis ordinárias estão subordinadas. É o caso da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], é o caso da Lei Orçamentária”, completou.

O ministro da Fazenda manifestou que há abertura no governo para ajustes. “Se o Congresso entender que há outras alternativas a serem consideradas, obviamente nós vamos para a mesa ouvir”, declarou.

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Economia

Primeiro túnel imerso da América Latina ligará Santos a Guarujá

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta-feira (2), as obras do túnel imerso que ligará os municípios de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo. A solenidade também ocorreu em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos.

O empreendimento está incluído entre as obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e será resultado de uma parceria público-privada (PPP), com R$ 5,8 bilhões em investimentos

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Em discurso, Lula reafirmou o papel no Estado como indutor do desenvolvimento do país e disse que há uma narrativa no Brasil para “destruir” a imagem do poder público.

“Nós precisamos nos transformar num país altamente desenvolvido e é por isso que nós tiramos esse Porto [de Santos] da política de privatização. Nesse nosso querido Brasil se estabeleceu uma narrativa de setores da elite econômica brasileira de destruir a imagem do Estado, de destruir a imagem do poder público, a ideia de que o Estado não vale nada”, disse. “Nós queremos provar que esse porto, com a sua Autoridade Portuária, vai fazer tanto ou mais do que qualquer empresário faria nesse país, por que o que nós queremos provar é que se o Estado for responsável, o Estado vai fazer o que tem que ser feito”, acrescentou Lula.

Segundo o presidente, a construção do túnel Santos-Guarujá é muito custosa, por isso será feita com parcerias privadas e aproveitando o projeto já desenvolvido pelo estado de São Paulo. “Nós vamos fazer uma parceria para fazer conjuntamente esse nosso querido Eurotúnel, que é muito pequeno, mas é muito importante”, disse, em referência ao túnel que liga a França à Inglaterra.

Diálogo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou da cerimônia e, durante seu discurso, foi vaiado por parte dos presentes. Na sequência, Lula fez referência à situação e disse que a cerimônia de hoje visa “restaurar a normalidade no país”. “E a normalidade é a gente respeitar o direito à diferença”, disse.

“Eu já fui presidente da República com o [vice-presidente, Geraldo] Alckmin governador do estado, em partido diferente. O Alckmin derrotou a gente quatro vezes e nós não temos que reclamar, temos que nos preparar para ganhar. Nós disputamos com o Tarcísio e perdemos as eleições, não dá para querer dar um golpe em São Paulo, invadir o prédio de São Paulo. É voltar para casa, se preparar e disputar outra vez e respeitar o direito do exercício da função de quem ganhou as eleições”, argumentou Lula.

Direcionando sua fala a Tarcísio, Lula afirmou que o governador “terá tudo que for necessário” para governar São Paulo. “Eu não estou beneficiando o governador, eu estou beneficiando o estado mais importante da federação com 42 milhões de habitantes”, acrescentou o presidente.

Túnel imerso

O túnel Santos-Guarujá será o primeiro túnel imerso da América Latina, com 860 metros entre as margens. Ele ficará imerso sob o fundo do canal entre os dois municípios a uma profundidade de 21 metros.

Em comunicado, a Presidência da República destacou que o túnel beneficiará mais de 5 milhões de pessoas, incluindo 1,6 milhão de habitantes da Baixada Santista e os mais de 4 milhões de turistas que anualmente visitam Guarujá e o litoral norte paulista. Atualmente, para ir de uma cidade a outra pode-se utilizar o sistema de balsas, que faz o transporte de aproximadamente 23 mil veículos por dia, ou a rodovia Cônego Domenico Rangoni.

“Todos os dias, 80 mil pessoas cruzam o canal. Atualmente, a espera nas filas para cruzar o canal pode se alongar por horas e, com o túnel, as travessias vão demorar menos de dois minutos. A obra também irá proporcionar mais segurança às embarcações que escalam o porto santista para realizar operações”, diz a nota.

A solenidade de hoje também ocorreu em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos. Considerado o maior do hemisfério Sul, responsável por quase 30% da balança comercial do Brasil, o porto registrou em dezembro de 2023 movimentação recorde de 15,6 milhões de toneladas de cargas, crescimento de 29,1% em relação a dezembro de 2022. Com o resultado, o total movimentado no ano passado foi de 173,3 milhões de toneladas.

Moradias

Ainda durante a visita ao litoral paulista, Lula fez a entrega simbólica de 90 unidades do conjunto habitacional Parque da Montanha, no Guarujá. Ao todo, 649 famílias que vivem em palafitas às margens do Porto de Santos serão beneficiadas. O investimento do governo federal, em parceria com a prefeitura local, foi de R$ 58,3 milhões.

Segundo a Presidência, o Parque da Montanha é o maior conjunto habitacional em execução na Baixada Santista. No local, nos últimos seis anos, já foram entregues 814 moradias para famílias oriundas da região de palafitas do Complexo Marezinha/Prainha.

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