Epidemias, catástrofes climáticas ou inteligência artificial não são mais enredo de ficção científica. Muitas transformações globais já saíram do terreno do “se” para se tornar uma questão de “como” e “quando”.
Mas esse rol aumenta continuamente. Por exemplo, em outubro de 2019, apenas especialistas estavam familiarizados com o coronavírus. Em novembro, os primeiros casos foram confirmados na China e, em março do ano seguinte, a infecção se tornou a pandemia que parou o mundo, ceifou milhões de vidas e modificou profundamente nosso modo de viver.
Como preparar pesquisadores e profissionais que consigam antecipar e encontrar soluções para problemas assim, que nós não sabemos quando ocorrerão, nem de que maneira exata?
Esse é o desafio que norteia o trabalho da Ilum, a escola de ensino superior do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, que hoje é uma das principais instituições de pesquisa e inovação do país. O projeto da Ilum foi concebido em 2020 e a primeira turma começou a estudar em 2022.
“A ideia era formar cientistas jovens que fossem interdisciplinares, independentes, ousados… Que tivessem muita prática experimental, e muito conhecimento em ciência de dados, Inteligência Artificial e machine learning”, conta o físico Adalberto Fazzio, que foi reitor da Universidade Federal do ABC e diretor do Laboratório de Nanotecnologia do CNPEM, e hoje é diretor da escola.
A Ilum oferece apenas um curso, o Bacharelado em Ciência e Tecnologia, com duração de 3 anos e totalmente gratuito. E somente 40 alunos são admitidos por ano. Há outros diferenciais: os estudantes têm a moradia, o transporte e a alimentação custeados pela escola e também recebem um computador pessoal para usar durante o curso. As aulas são em tempo integral e desde o primeiro período, eles já fazem trabalhos nos laboratórios de última geração do CNPEM.
Segundo o diretor Adalberto Fazzio, alunos já começam, a ser cientistas ao entrar no curso. Foto: – ILUM/Divulgação
“A estratégia pedagógica também é diferente. Os alunos trabalham muito em projetos que eles mesmos propõem ou que são colocados pelos professores, que também são jovens, que já tem pós-doutorado no exterior, são pesquisadores, mas estão focados no ensino. E eles já têm acesso a laboratórios sofisticados, com equipamentos como microscópio de força atômica, tunelamento, toda a parte de espectroscopia.
Segundo o professor, os alunos já começam a ser cientistas e são muito estimulados a escrever e apresentarem seus trabalhos. “A gente treina os alunos pra trabalhar em grupo, porque hoje não existe mais aquele cientista isolado”, destaca Fazzio.
Por ser subordinada a uma organização social, a Ilum tem maior flexibilidade para mudar o currículo do curso ou as ementas das disciplinas, a fim de se adaptar aos novos conhecimentos que surgem,
“Toda semana os professores têm reuniões para discutir o conteúdo e a gente tem um conselho interno que também faz essa avaliação”, diz o diretor.
Como resultado da combinação dessa estratégia com o auxílio estudantil, dos 40 alunos que começaram o curso em 2022, 36 receberão seus diplomas no final deste ano. Ou seja: a evasão foi de apenas 10%, muito abaixo do índice de cerca de 60% da educação superior federal.
Alunos
Um dos formandos é Gabriel Xavier, que saiu de Montes Claros, em Minas Gerais, para estudar na Ilum. Ele integra a equipe que foi medalhista de ouro em uma competição do prestigiado MIT – O Instituto de Tecnologia de Massachusetts, pela concepção de um filtro ecológico capaz de detectar e retirar microplásticos e nanoplásticos de líquidos.
Gabriel Xavier: “Encantamento só foi aumentando”. Foto – ILUM/Divulgação
Gabriel foi apresentado à escola por um professor de matemática, que fez parte da comissão selecionada pelo Ministério da Educação para avaliar a Ilum, antes da sua abertura.
“Ele estava encantado com tudo que tinha visto e ele sabia que eu gostava de matemática, física, química e viu que poderia ser uma boa oportunidade pra mim. Depois eu comecei a acompanhar o CNPEM, e o encantamento só foi aumentando”, conta Gabriel.
“A gente sempre escuta falar sobre nanotecnologia, biociências, biorrenováveis e eu tinha muita curiosidade de entender o que é isso e o que se faz de pesquisa no Brasil. Com o passar do tempo essa curiosidade foi se tornando um interesse de fazer parte.”
Mas ele reconhece que todos os auxílios que a Ilum oferece também pesaram bastante na decisão de participar do processo seletivo: “Ao longo do curso, a gente percebe que a carga horária é extensa e conciliar isso com um trabalho é muito difícil. De fato, essa ajuda de custo é fundamental pra que o estudante consiga se dedicar de maneira integral e definitiva aos estudos”.
Os auxílios são especialmente importantes para os alunos que vivem em estados mais distantes e deixam a casa da família para estudar na Ilum. Na turma de Gabriel, 82,5% dos alunos moravam na Região Sudeste, mas a distribuição regional foi aumentando nos processos posteriores. Em 2023, essa concentração caiu para 40%, com 25% dos estudantes vindos do Nordeste, 15% do Sul, 12,5% do Centro-Oeste e 7,5% do Norte. Além disso, metade dos alunos fizeram o ensino médio em escolas públicas.
Júlia Amâncio, que está no segundo ano da graduação, preenche esses dois requisitos. Ela estudou no Instituto Federal de Sergipe, em Aracaju, e foi incentivada a tentar uma vaga na Ilum por um amigo, que participou de uma das edições do Cápsula da Ciência, evento itinerante que o CNPEM promoveu para apresentar seu trabalhos a estudantes de diversas regiões do Brasil.
“Na época, eu estava muito indecisa sobre qual curso eu queria seguir, porque gostava de muita coisa ao mesmo tempo. Eu pesquisei muito sobre a estrutura da Ilum, a grade curricular, onde ela se localizava. A descoberta de que existia essa faculdade, mas que era em outro canto, gerou um impacto não só pra mim, mas também pra minha família.”
“Esse auxílio foi um fator muito decisivo. Embora seja uma escolha difícil sair de onde eu moro, ele foi essencial para eu conseguir me estabelecer e focar nos estudos”, ressaltou.
A aluna Júlia Amâncio compõe o grupo de mulheres nas chamadas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Foto: Ilum/Divulgação – ILUM/Divulgação
Julia também compõe o crescente grupo de mulheres nas chamadas áreas STEM – sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, campos do conhecimento que já foram dominados por homens. Na Ilum, as estudantes do gênero feminino são cerca de 40% do total. E todos aprendem que o conhecimento dos laboratórios não pode ser descolado da sociedade.
“Até mesmo no trabalho de conclusão de curso, nosso projeto tem que ter uma relevância social. Desde o início, tivemos matérias de humanidades e trabalhamos o papel do cientista. Porque estamos vivendo em uma bolha, tendo contato com diversas áreas do conhecimento, e muitas pessoas não têm esse acesso. Isso faz com que tenhamos o dever de traduzir o que aprende. Outro ponto importante é aprender a valorizar a ciência brasileira”, afirma Júlia.
Gabriel acrescenta que a faculdade também incentiva que os alunos estejam antenados com as grandes questões da sociedade.
“Temas como os impactos das mudanças climáticas, por exemplo, passam não só pela ciência, mas também por ações sociais. Temos que entender como contribuir em relação à ciência, mas também entender que todo e qualquer tipo de mudança social tem que ser ancorada em um processo integrado com a sociedade”.
De acordo com o diretor da Ilum, Adalberto Fazzio, a maioria dos alunos pretende seguir carreira acadêmica e a Ilum tem alguns atalhos. Interessados em neurociência, ou engenharia, por exemplo, podem migrar para a UFABC e já entrar no quarto ano da graduação. Parcerias semelhantes com outras instituições já estão sendo negociadas. Há alunos também que já conseguem sair do bacharelado direto para um mestrado ou até doutorado.
Faculdade inovadora de Ciência e Tecnologia seleciona novos alunos. Foto: ILUM/Divulgação
Processo seletivo
Jovens interessados na proposta da Ilum podem participar do processo seletivo para a turma de 2025. As inscrições estão abertas até o dia 16 de dezembro no site da faculdade. A nota do Enem é utilizada para o primeiro corte.
Depois disso, os 250 melhores posicionados são convocados para entrevistas individuais com a equipe da Ilum, que também avalia um texto de manifestação de interesse, incluído na ficha de inscrição, onde o candidato conta suas experiências pessoais e escolares e porque deseja fazer o curso. No ano passado, foram quase 4 mil inscritos. Os números deste ano ainda não estão fechados, mas jovens do gênero feminino são a maioria.
A Ilum já adota a reserva de pelo menos metade das vagas para estudantes de escola pública e de acordo com o direto Adalberto Fazzio, está estudando formas de aplicar cotas raciais no ano que vem. Até porque a multiplicidade dos estudantes também é vista como um ativo importante. “Temos alunos de 24 estados brasileiros, então é uma conversa muito rica entre eles.”
O bullying tem uma forte influência no desempenho escolar dos estudantes brasileiros, de acordo com o Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado nesta quarta-feira (4). O estudo mostra que estudantes que relataram sofrer bullying tiraram até 72 pontos a menos do que aqueles que disseram nunca ter sofrido esse tipo de violência.
Bullying é todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, com o objetivo de intimidar ou agredir. É uma ação que causa dor e angústia à vítima e pode ser praticado por uma ou mais pessoas contra uma pessoa ou grupo e envolve um desequilíbrio de poder entre as partes, ou seja, há uma parte mais forte e uma mais fragilizada.
Estão incluídos nesse tipo de violência apelidos pejorativos, expressões preconceituosas, isolamento social, insultos e até mesmo ataques físicos. Pode ocorrer tanto nas escolas e arredores, quanto no mundo digital, nas redes sociais e em outros ambientes.
Desempenho escolar
Esta é a primeira vez que o Brasil participa do Timss, estudo que mede os conhecimentos em ciências e em matemática dos estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental. Além de responder as avaliações, os participantes preencheram questionários sobre a escola, o ambiente familiar, a sala de aula, contexto do país, entre outros.
As informações levantadas mostram que no 4º ano, 24% dos alunos afirmaram sofrer bullying, e esses estudantes apresentaram uma média de desempenho de 368 pontos em matemática e 387 pontos em ciências. Pelos critérios do exame, as pontuações colocam esses estudantes em um nível abaixo do nível considerado baixo. A pontuação mínima para ter uma proficiência baixa é 400 pontos.
Por outro lado, 48% dos estudantes que relataram nunca ou quase nunca terem sofrido bullying alcançaram uma média de 427 e 459 pontos.
A situação se repete no 8º ano, 23% dos alunos também indicaram sofrer bullying. Esses estudantes tiveram uma média de 384 pontos em ciências e 346 pontos em matemática.
Já os 43% dos estudantes brasileiros que alegaram quase nunca ou nunca ter sofrido bullying alcançaram a média de 446 pontos em ciências e de 403 em matemática.
No Brasil, pela Lei 13.185/2015, o bullying deve ser combatido. A lei estabelece, entre outras coisas, que “é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying)”.
Avaliação
O Timss é organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano desde 1995. O estudo é aplicado a cada quatro anos. Os dados permitem comparações entre países e ao longo do tempo. O Brasil aderiu ao estudo em 2022 e a primeira aplicação foi realizada entre agosto e setembro de 2023.
No Brasil participaram 44.900 estudantes, sendo 22.130 matriculados no 4º do ensino fundamental de 796 escolas públicas e privadas e 22.770 do 8º ano de 849 escolas. Responderam também aos questionários 904 professores de matemática e 916 de ciências.
Os resultados mostram que mais da metade dos estudantes brasileiros não tem conhecimentos básicos de matemática e mais de um terço não sabe o básico de ciências. O país está abaixo da média internacional nessas áreas.
O Cartão de Confirmação de Inscrição da reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio 2024 já está disponível na Página do Participante do Enem. Para visualizar e imprimir o cartão de confirmação, é necessário acessar o portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br, com o cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha cadastrados.
O cartão apresenta, entre outras informações, a data, o horário e o local de prova.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) reaplicará as provas do Enem 2024 na próxima terça-feira (10) e na quarta-feira (11).
Participantes
Somente os candidatos faltosos dos dias originais de provas e que tiverem seus pedidos deferidos pelo Instituto poderão fazer a reaplicação do Enem.
O edital prevê que a reaplicação é destinada somente aos candidatos prejudicados por problemas logísticos ou infectados por doenças contagiosas.
Quem faltou a qualquer um dos domingos de aplicação do Enem por motivos que não se enquadram no edital do exame não tem direito à reaplicação do exame. Desta forma, o candidato será considerado ausente e, se houve provas realizadas, as notas servirão apenas para autoavaliação.
Reaplicação
A reaplicação das provas do Enem 2024 também terá 180 questões objetivas de quatro áreas do conhecimento (linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática).
As provas serão divididas em dois dias, da mesma forma que ocorre na aplicação regular do exame. Porém, as datas escolhidas para reaplicação não serão em dois fins de semana, mas nos dias 10 de dezembro (uma terça-feira) e 11 de dezembro (quarta-feira).
Mesmo tendo o mesmo formato, na reaplicação, as questões e o tema da dissertação-argumentativa serão diferentes das aplicadas no período regular, para garantir a equidade na concorrência entre os candidatos.
No dia 10 de dezembro, a reaplicação será da prova de redação e das questões objetivas de Linguagens (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação) e ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia).
No segundo dia de reaplicação, 11 de dezembro, serão aplicadas as provas de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática.
Os recursos de acessibilidade de videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e leitor de tela para inclusão digital de pessoas com deficiência visual, não serão fornecidos na reaplicação, ainda que tenham sido solicitados pelo participante no ato da inscrição. No entanto, o Inep disponibilizará tradutor-intérprete de libras e auxílio para leitura para os participantes.
As provas têm o mesmo nível de dificuldade do Enem regular e ocorrem dentro das unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelas unidades da Federação.
As notas finais do Enem 2024 serão divulgadas em 13 de janeiro de 2025, tanto da aplicação regular das provas, como da reaplicação do exame e ainda do Enem PPL 2024.
Acesso ao ensino superior
Instituído em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como treineiros, e os resultados obtidos no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.
As notas do Enem podem ser usadas em processos seletivos coordenados pelo Ministério da Educação, como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do governo federal.
O desempenho no Enem também é considerado para ingresso em instituições de educação superior de Portugal que têm acordo com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior naquele país.
Mais da metade dos estudantes brasileiros do ensino fundamental não domina conhecimentos básicos de matemática. De acordo com os resultados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado nesta quarta-feira (4), esses estudantes estão abaixo do nível considerado baixo. Em ciências, mais de um a cada três estudantes não obtiveram pontuação suficiente para chegar ao nível mais baixo de proficiência. Na outra ponta, apenas 1% dos estudantes alcançaram o nível máximo de conhecimento nessas áreas.
Isso significa, por exemplo, que a maior parte dos estudantes do Brasil do 4º ano do ensino fundamental não foi capaz de resolver questões de soma de números em matemática ou mesmo, em ciências, identificar que plantas precisam de luz para sobreviver.
Esta é a primeira vez que o Brasil participa do estudo. O país aderiu ao Timss em 2022, e a primeira aplicação foi realizada em agosto e setembro de 2023. Participaram ao todo 72 países.
O estudo avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano do ensino fundamental e é aplicado mundialmente a cada quatro anos. Os dados permitem comparações entre países e ao longo do tempo. As provas são eletrônicas, e os participantes do 4º ano tiveram duas sessões de 36 minutos para resolver as questões, e os do 8º ano, duas sessões de 45 minutos.
Pontuações
As pontuações são divididas em quatro níveis: baixo (a partir de 400 pontos), intermediário (475), alto (550) e avançado (625). No 4º ano, o Brasil obteve uma média de 400 pontos em matemática e 425 pontos em ciências. A média internacional foi, respetivamente, 503 e 494 pontos.
Já no 8º ano, o Brasil obteve 378 em matemática e 420 pontos em ciências. A média internacional foi 478 pontos em ambas as avaliações.
Questão aplicada a alunos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências – Inep/Divulgação
As pontuações colocam o Brasil no nível baixo ou mesmo abaixo do baixo. Para se ter ideia, no 4º ano, pelos critérios do exame, os alunos demonstram, por exemplo, uma compreensão básica de matemática. Conseguem adicionar e subtrair números inteiros com até três dígitos, multiplicar e dividir números inteiros de um dígito e resolver problemas com palavras simples.
Em ciências, no mesmo nível, os estudantes mostram, por exemplo, ter conhecimento sobre alguns fatos científicos. Eles demonstram um conhecimento básico sobre plantas, animais e o meio ambiente. Mostram ainda algum conhecimento sobre as caraterísticas da Terra, suas mudanças ao longo do tempo e seu clima.
Abaixo do baixo
No Brasil, grande parte dos alunos não chegou sequer ao nível baixo. Os resultados mostram que 51% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do nível baixo em matemática no 4º ano. No 8º ano, essa porcentagem é ainda maior, 62% abaixo do baixo em matemática. Na média internacional, 9% dos estudantes ficaram nesse nível no 4º ano e 19% no 8º ano.
Em ciências, 39% dos estudantes brasileiros não alcançaram o nível baixo no 4º ano e 42% ficaram abaixo do baixo no 8º ano. Na média internacional, essa porcentagem foi de 10% no 4º ano e 20%, no 8º.
Na outra ponta, tanto em matemática quanto em ciências e tanto no 4º quanto no 8º ano, apenas 1% dos estudantes brasileiros atingiram o nível máximo de proficiência.
Questão aplicada a alunos no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências – Inep/Divulgação
Comparações
Em relação aos demais países participantes, o Brasil ficou mais próximo à base dos rankings. Entre os estudantes do 4º ano, com 58 países participantes, o Brasil ficou em 51º em ciências e em 55º em matemática. No 8º ano, com 42 países participantes, o Brasil ficou em 33º em ciências e em 41º em matemática.
O país ficou atrás de países como o Chile, Espanha, Portugal, Canadá, Coreia e Finlândia. Ficou à frente do Marrocos, em todos os rankings.
O Timss é organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano desde 1995.
No Brasil participaram 44.900 mil estudantes, sendo 22.130 matriculados no 4º do ensino fundamental de 796 escolas públicas e privadas e 22.770 do 8º ano de 849 instituições de ensino. Responderam também aos questionários 904 professores de matemática e 916 de ciências.